O conclave que elegeu o sucessor de Pedro (o Papa Francisco
I) começou nesta terça feira (12) e terminou no dia seguinte, na quarta feira
(13), os Cardeais estavam dentro da capela Sistina onde realizaram suas
votações, entenda um pouco sobre esse rito que a mais de 600 anos causa
ansiedade aos cristãos.
Os Cardeais saem da capela Paulina, localizada no 1º andar
dos aposentos pontifícios em procissão todos usando as vestes corais (batina
vermelha, roquete em linho branco, murça vermelha, cordão com cruz peitoral
vermelho-dourado, solidéu vermelho e barrete vermelho sem tufo), entoando a
ladainha de todos os santos.
Chegando na capela sistina todos os cardeais, bispos e
padres entram na capela para fazerem a
oração, após o termino da oração um Cardeal ou outra pessoa para isso indicada
fala: “Extra Omnes” (todos fora), então só os Cardeais e os cerimoniários ficam
na capela, então a capela é trancada a chaves por dentro e por fora, dando
inicio ao conclave.
A votação.
As votações ocorrem de 2 a 4 vezes por dia sendo sempre pela
manhã e pela tarde, para a votação todos os Cardeais recebem cédulas de papel
escrito a seguinte frase: “Elego in sumo pontificem” (Elejo para sumo
pontífice).
O Cardeal então coloca o nome do seu escolhido e dobra o papel,
então um por um se levanta, vão até onde estão as urnas, colocam a cédula em
uma pequena patena e depois joga o papel dentro da urna, uma vez todos os
cardeais terminarem de colocar seus votos, as urnas são abertas e dar-se inicio
a contagem dos votos, as urnas são abertas diante de três cardeais no qual o
voto é lido em alta voz, e o nome que estava no papel é revelado, cada Cardeal
faz seus cálculos para ver quem tem mais votos, vence a votação quem obtiver
2/3 dos votos, se as votações continuarem sem êxito, após três dias há-se um
recesso para orações, após a vota desse recesso, vence quem obtiver 50% dos
votos mais 1, depois de conferido, todos os votos são queimados e se não houver
um eleito é adicionado um composto químico junto as cédulas que produzirá
fumaça preta significando que a eleição falhou.
E continua as votações, quando um dos Cardeais é eleito o
Cardeal Decano se aproxima do eleito e pergunta: “Aceitas canonicamente a tua
eleição?”, se o eleito aceitar o Decano lhe pergunta: “Qual nome queres que te
chamemos?”, então o eleito diz o nome, exemplo: Bento, João Paulo, Mateus,
Francisco ( o nome escolhido pelo novo Papa), caso o eleito não aceite a
nomeação os votos são queimados e a fumaça sairá preta e aquele Cardeal não
poderá ser mais eleito ou receber voto dos outros Cardeais, caso aceite (o que
normalmente acontece) só os votos são queimados e produzirá a fumaça branca, as
vezes é colocado palha verde ou umedecido para que a fumaça saia literalmente
branca,
Neste momento os Cardeais se aproximam do novo pontífice e
lhe prestam respeito e obediência, depois o eleito canta o “Teu Deum laudamus”
que será entoado junto com os Cardeais, neste momento os sinos da Basílica São
Pedro começam a soar confirmando a eleição e avisando aos que não viram a
fumaça que a eleição está concluída.
Sinos da
Basílica São Pedro soando após a eleição Papal em 2005
As portas da capela sistina então são destrancadas
encerrando assim as votações, somente o Cardeal Protodiácono e alguns cerimoniários
saem da capela e vão até a sacada frontal dar o anuncio que todos querem
escutar: “Habemus Papam!” (Temos Papa) revelando o nome e o sobrenome do eleito
como também o nome escolhido pelo eleito.
Neste momento o eleito está se
paramentando com as vestes brancas, para aparecer na sacada da Basílica para
saudar o povo e dar a sua primeira benção, a benção: “Urbi et Orbi” (da cidade
(Roma) para o mundo) encerrando assim o rito do conclave. Dias depois ou até
mesmo no dia seguinte haverá a missa de inicio do pontificado na qual o novo
pontífice receberá o anel do pescador (anel de ouro que possui a imagem de São
Pedro pescando e o nome do novo Papa), nessa missa todos os Cardeais
concelebram com o Papa.
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